Investidores, consumidores e a sociedade em geral estão cada vez mais preocupados com os aspectos que abrangem as práticas de ESG (sigla em inglês para Ambiental, Social e Governança) no meio corporativo. Dentro do ecossistema de inovação, essa tendência não se reflete apenas na adoção de princípios de sustentabilidade nas empresas, mas também na criação de startups com foco em ESG e no direcionamento de aportes financeiros. A expectativa é que até 2026 os investimentos globais em startups sustentáveis atinjam a marca de US$ 44,6 bilhões, valor muito acima dos US$ 6,8 bilhões registrados em 2018.
Ao unir ESG e inovação, as empresas podem alcançar resultados significativos tanto em termos de criação de valor sustentável a longo prazo quanto em competitividade. O ESG orienta as organizações em sua relação com o meio ambiente, colaboradores, comunidades e stakeholders em geral.
As práticas de EGS são cada vez mais consideradas pelos investidores, consumidores e reguladores como indicadores importantes de desempenho e sustentabilidade empresarial. No Brasil, já há fundos de investimentos voltados especificamente para o setor de “negócios verdes”. E isso abre espaço para o surgimento e o desenvolvimento de startups sustentáveis.
O que são startups sustentáveis?
As startups sustentáveis são negócios que possuem uma abordagem abrangente de ESG, integrando práticas sustentáveis em várias áreas de suas operações. Alguns exemplos:
- Modelos de negócios que permitam práticas circulares de recursos;
- Uso de materiais eco-friendly;
- Certificações ambientais;
- Incentivo a cadeias de suprimentos com ética socioambiental.
Também chamadas de startups verdes, greentechs ou cleantechs, as startups sustentáveis estão presentes principalmente em setores como energia renovável, eficiência energética, gestão de resíduos, agricultura sustentável, mobilidade urbana, água limpa e tecnologia limpa.
Suas soluções se voltam para minimizar a degradação ambiental decorrente da ação humana, voltando-se para a otimização dos recursos naturais e para o bem-estar social.
Startups sustentáveis no cenário brasileiro
O Brasil conta com pelo menos 102 cleantechs, de acordo com um levantamento da ABStartups, a Associação Brasileira de Startups. O estudo foi realizado em 2021 e apontou um crescimento de 83% no número de startups sustentáveis em relação ao ano anterior.
As cleantechs brasileiras atuam em segmentos de mercado como:
- energia limpa
- ar e meio ambiente
- água
- agricultura
- indústria limpa
- armazenamento
- eficiência
- transporte
Em 2023, a expectativa é que as startups de ESG tenham um ano de maior destaque no país. O artigo Startups de economia verde: onde estão as oportunidades para as cleantechs brasileiras, publicado recentemente pela Exame, aponta que a combinação entre a transformação digital e a necessidade de combater a crise ambiental abre um campo de oportunidades para as startups sustentáveis.
No cenário global, a previsão é de que as cleantechs alcancem o valor de US$ US$ 2,5 trilhões até o fim deste ano em todo o mundo, de acordo com um relatório divulgado pelo Smart Prosperity Institute da Universidade de Ottawa, no Canadá.
Exemplos de startups ESG
A Triven conta hoje com algumas startups sustentáveis entre seus clientes. Conheça a atuação de cada uma delas:
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Solidos
A premissa da Solidos é o lixo zero por meio da economia circular. A startup criou uma plataforma que conecta grandes geradores de resíduos, transportadores e pátios de reciclagem. O objetivo é acabar com o lixo e regenerar o planeta, promovendo a reciclagem de mais de 90% dos resíduos de maneira eficiente e automatizada. A Solidos é uma Empresa B certificada, ou seja, que possui um modelo de negócios que visa ao desenvolvimento social e ambiental.
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Okena
Com mais de 13 anos de experiência, a Okena tem como solução a gestão eficiente de efluentes. A startup realiza o tratamento biológico ou físico-químico de efluentes e promove o deságue correto de lodos e rejeitos através de modelos de negócios OnSite e OffSite. A Okena oferece análise, armazenamento e tratamento em local próprio para empresas que não têm estrutura para isso.
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Alba Energia
Há mais de dez anos no mercado, a Alba Energia oferece soluções que promovem o uso de energia solar e atua nas áreas de comércio, agronegócio, indústria e residências. A empresa tem parcerias estratégicas com instituições de ensino e tecnologia, além de parceria comercial com a multinacional brasileira WEG, com soluções em energia fotovoltaica para o mercado nacional.
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Sol Agora
O objetivo da Sol Agora é democratizar o mercado de energia limpa e renovável no Brasil, mais precisamente a tecnologia fotovoltaica. A startup oferece soluções financeiras para facilitar a disseminação do uso de energia renovável e sustentável de forma digital, simples, rápida e com responsabilidade social e ambiental.
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Simbi
Especializada na gestão de investimento social, a Simbi é social tech que une tecnologia e cuidado humano por meio da inteligência de dados e democratização do acesso às verbas de incentivo. A startup conecta empresas investidoras e iniciativas sociais para fortalecer o ecossistema de impacto social do Brasil.
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Grupo Muda
Há mais de 14 anos no mercado, o Grupo Muda é referência em logística reversa, gestão de resíduos e economia circular por meio de projetos que unem as duas marcas do grupo:
- Muda Corporativo: oferece soluções para que empresas, independentemente do tamanho, se adequem à Política Nacional de Resíduos Sólidos.
- Instituto Muda: realiza Coleta Seletiva, Gestão de Resíduos e Educação Ambiental em mais de 700 condomínios na cidade de São Paulo, garantindo a destinação correta de resíduos recicláveis que são doados para cooperativas de baixa renda.
Conclusão
O fortalecimento das práticas de ESG está entre as principais tendências do mercado de startups. Isso porque o desenvolvimento e a aceitação de novas tecnologias e modelos voltadas à sustentabilidade trazem novas e boas oportunidades de negócios e de investimento para startups.
Como o seu negócio se insere no mercado em que ESG e inovação caminham lado a lado? Já pensou em implementar medidas para contribuir com o desenvolvimento sustentável na sua empresa?
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Leia também: ESG: o que é e como implantar na sua startup?
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