Após dois anos de muitas restrições e incertezas trazidas pela pandemia da Covid-19, o mundo volta à sua normalidade com novas tendências que vieram para ficar – como os modelos híbridos de trabalho e o mindset digital que está transformando diversas empresas. Por outro lado, a crise econômica que atinge grandes potências mundiais pode afetar muitas startups.
Diante desse cenário, como as startups podem se preparar para 2023?
Confira neste texto quais são as principais tendências e desafios para 2023 e quais medidas devem ser tomadas para manter o propósito de crescimento do seu negócio, de forma acelerada e sustentável.
Desafios do mercado de startups para 2023
Se antes o cenário era de disponibilidade de caixa, rodadas altas e pressão por velocidade, com o pensamento de que o mais importante era crescer rápido, hoje o entendimento é diferente. O crescimento pode ser acelerado, desde que baseado numa gestão financeira eficiente e estratégica.
O cenário macroeconômico promete ser um dos maiores desafios para o mercado de startups em 2023. De acordo com estudo feito pelo Banco Mundial, o mundo está sofrendo sua maior desaceleração econômica desde a década de 1970. O aumento dos juros pode deixar a taxa de inflação global em 5%, mantendo ou ampliando a falta de investimentos vista em 2022.
A tendência é de que enquanto os juros se mantiverem altos, os investidores continuarão priorizando os investimentos de renda fixa com menos risco e retorno mais garantido. Com isso, a desvalorização das startups e a baixa do mercado de venture capital continuará afetando muitos empreendedores, que deverão se adaptar à nova realidade.
Além dos desafios econômicos, as startups também vão se deparar com a dificuldade de encontrar mão de obra qualificada. Esse já é um problema comum há algum tempo e deve permanecer como um desafio para 2023.
Principais tendências
Em meio ao cenário desafiador do próximo ano, há também excelentes oportunidades para as startups. Confira a seguir:
Crescimento do ESG
O ESG ganhou espaço nos últimos anos entre investidores e consumidores e deve crescer ainda mais em 2023. Negócios alinhados ao tema são considerados mais transparentes e responsáveis, além de mostrar que não estão focados apenas em obter lucro.
Edtechs, green techs, fintechs, negócios sociais e biotechs podem aproveitar esse cenário para mostrar produtos e serviços que atendam aos valores do ESG. E, dessa forma, conseguir atrair mais consumidores e investidores.
Saiba mais: ESG: o que é e como implantar na sua startup?
Web3 e Metaverso, a nova era da internet
A internet evoluiu nos últimos anos com a chegada da realidade aumentada e virtual, blockchain e NFT. Com isso, muitas startups da área de criação e de captação de recursos podem usufruir de novas possibilidades.
Como a premissa da Web3 é ser uma internet descentralizada, e o metaverso também leva esses conceitos, o que vemos é que as empresas poderão cada vez mais captar recursos de forma estruturada e descentralizada com a própria comunidade. Ou seja, com quem realmente tem interesse em adquirir seu produto ou serviço.
Valorização das startups centauro
Hoje, o mercado de tecnologia tem valorizado mais as startups “centauro” do que as unicórnios. Isso porque o venture capital ainda é novo no Brasil e não atingiu o amadurecimento suficiente para garantir que ativos de US$ 1 bilhão (startups unicórnios) sejam negociados com tanta facilidade.
Já quando falamos de uma empresa que vale US$ 100 milhões (startups “centauro”), a liquidez é muito maior. Como os investidores e empreendedores querem ter retornos com mais agilidade, o mercado de compradores para esse tipo de empresa continuará crescendo em 2023.
Leia também: Startups “centauro”: o futuro do venture capital?
Como ter bons resultados em 2023?
A governança financeira ocupa um papel importante nas estratégias das startups no próximo ano. Um processo financeiro bem estruturado demonstra maturidade e é um fator essencial para o crescimento sustentável. Portanto, vale otimizar as rotinas financeiras para planejar investimentos com maior assertividade e ter insights para o negócio.
A principal função do planejamento financeiro é balizar as ações do empreendedor e criar uma referência para os resultados futuros. A projeção de receitas deve levar em consideração os seguintes aspectos:
- tamanho da equipe comercial para atingir o número esperado;
- a robustez do produto para suportar a curva de crescimento proposta;
- as dimensões das estruturas;
- a velocidade de crescimento;
- e a contratação do time proposto.
Além disso, o planejamento pode nortear indicadores importantes como a capacidade de geração ou consumo de caixa (“burn”) e, consequentemente, o tempo de duração deste caixa (“runway”) para cada cenário desenhado. No caso das startups, planejar é essencial para que sejam previstas ações como a necessidade de captação de recursos e o melhor momento e a melhor forma de fazê-la.
Saiba mais: Por que sua startup precisa ter uma governança financeira eficiente?