A geração Z, composta por pessoas que nasceram entre 1995 e 2010, traz novas perspectivas e expectativas para o mercado de trabalho. Esses jovens iniciam suas carreiras com visões diferentes sobre vida, trabalho e crescimento.
Mesmo que seja uma geração conhecida pela busca por propósitos, equilíbrio entre vida pessoal e profissional e conexão com valores organizacionais, muitos deles têm menos ambição em ocupar cargos de liderança – principalmente em comparação com as gerações anteriores.
A tendência ficou conhecida pelo termo quiet ambition, ou ambição silenciosa. De acordo com uma pesquisa realizada pelo consultor de carreira de Harvard Gorick Ng, que entrevistou diversos jovens no mundo, menos de 2% desejam ocupar cargos de chefia. Um cenário que gera receio sobre a sucessão interna e a ausência de líderes nos próximos anos.
Perfil da geração Z no mercado de trabalho
Mas, afinal, quais os motivos para que os jovens não queiram ocupar cargos de liderança? Experiências negativas com líderes autoritários e receio de enfrentar problemas, como burnout, crises de estresse e pânico, são alguns fatores que incentivam essa postura.
A geração Z pensa e analisa quais são as condições que a carreira executiva irá oferecer: eles querem maior flexibilidade e um olhar para a diversidade. Um estudo da Deloitte revela que 31% dos jovens já rejeitaram um emprego por não acreditar que a empresa corrobora com seus princípios éticos e crenças.
Ambientes de trabalho saudáveis, que promovam a diversidade, a inclusão e as causas sociais são prioridade para eles. Além disso, a preferência é por relações profissionais horizontais, e não verticais – o que gera um desafio para estruturas hierárquicas tradicionais.
Os jovens são orientados por propósito e impacto positivo, características que trazem vantagens ao ambiente de trabalho e podem incentivar uma sucessão interna. A baixa resiliência e a alta ansiedade, porém, podem dificultar o desenvolvimento e a produtividade dessa nova geração.
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Estratégias para despertar o interesse dos jovens pela sucessão interna
Valores e expectativas
Além de um plano de carreira bem estruturado, é essencial alinhar os valores e as expectativas desses profissionais à cultura organizacional. A Geração Z valoriza a comunicação humanizada, a empatia, a colaboração e o propósito. Empresas que não refletem esses elementos podem enfrentar dificuldades em motivar a sucessão interna.
Flexibilidade e autonomia
Os jovens buscam equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Ambientes corporativos que promovem inovação e encaram erros como oportunidades de aprendizado são mais atrativos. Outro ponto importante para a geração Z é o apoio ao autocuidado e ao bem-estar.
Transparência e propósito
Uma comunicação clara sobre os benefícios e os desafios da liderança é essencial para engajar esses profissionais. Os feedbacks contínuos e o alinhamento de expectativas fortalecem o vínculo entre os jovens e a empresa, aumentando a disposição para assumir responsabilidades maiores.
Desenvolvimento de competências
É necessário investir no desenvolvimento de competências como inteligência emocional, comunicação eficaz e resiliência. Habilidades relacionadas ao autoconhecimento e à adaptação a constantes mudanças no ambiente corporativo são importantes para incentivar a sucessão interna.
Ações para engajamento
Estratégias de RH, como programas de desenvolvimento contínuo e mentorias, são capazes de alinhar o propósito individual ao da organização. Evidenciar como líderes podem impactar positivamente a vida das pessoas e investir em ações de reconhecimento e apoio na gestão de conflitos são ações que contribuem para um ambiente que estimula a liderança.
O futuro da liderança com a geração Z
A geração Z traz desafios e oportunidades para o mercado de trabalho, especialmente no que diz respeito à liderança. Investir em propósito, inclusão e bem-estar é uma forma de atrair jovens talentos e incentivar a sucessão interna.
Com estratégias bem direcionadas, é possível criar caminhos para despertar o desejo desses profissionais de assumir responsabilidades maiores e desenvolver um ambiente corporativo mais diverso e conectado com as mudanças sociais.
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