Empreender com recursos limitados não é uma tarefa fácil, mas é a realidade de muitas das startups brasileiras. Ao contrário das empresas convencionais que conseguem fazer projeções financeiras com certa precisão, uma startup não possui essa previsibilidade e sem ter um bom controle financeiro do negócio, corre o risco de ser levada ao fracasso.
No entanto, por mais desafiador que seja para o empreendedor, o conceito de Finance Hacking pode ajudar na gestão financeira da startup e ainda tornar seu crescimento possível mesmo diante de restrições e trade-offs, quando se escolhe por uma opção em vez de outra.
Para esclarecer dúvidas e explicar a importância do Finance Hacking para o sucesso de um empreendimento, neste artigo explicamos como esse conceito pode ser aplicado na sua startup. Boa leitura.
O que Finance Hacking?
Finance Hacking é um termo que nasceu da expressão “hack”, criada nos Estados Unidos em 1960 para designar uma solução inovadora para qualquer problema. O conceito também é derivado do Growth Hacking, que basicamente consiste em um conjunto de estratégias voltadas para o crescimento acelerado de empresas.
Na prática, o Finance Hacking é um mindset usado para maximizar o potencial financeiro de uma startup com o menor gasto possível, podendo ser aplicado em todas as decisões que envolvam a utilização de recursos. Por exemplo, se o founder deve escalar um time de vendas ou deve acumular funções até o produto estar maduro o suficiente para escalar. Ou então se vale trabalhar em coworking ou ter um escritório próprio.
Nessas decisões, é importante considerar que ter um time de vendas é válido quando sua empresa já passou pela validação das hipóteses e definição dos canais de atendimento, e agora busca o crescimento. Já a escolha de investir no próprio escritório só é recomendada no último estágio, quando se está construindo uma cultura e desenvolvendo lideranças, criando assim uma estrutura de empresa em torno do produto em desenvolvimento.
Por que sua startup deve contar com o Finance Hacking?
Adotar o Finance Hacking é fundamental para evitar que empreendedores tomem decisões erradas, comprometendo assim o potencial de sucesso do negócio. Segundo pesquisa feita pela CB Insight, 74% das startups morrem antes de completar cinco anos no mercado e um dos principais motivos disso é a dificuldade de cuidar das finanças e crescer com pouco dinheiro em caixa.
Como o fator financeiro representa uma janela de oportunidade para que a startup possa validar suas hipóteses, entenda quem são os investidores e os primeiros consumidores do seu produto. Neste sentido, podemos afirmar que a falta de dinheiro não é a maior causa de mortalidade das startups, mas sim as validações e decisões equivocadas.
A seguir, reunimos os três maiores dilemas que todo founder enfrenta para moldar seu mindset:
1. Quanto tempo temos antes que o dinheiro acabe?
O tempo de vida com caixa disponível, também chamado de runway, é uma janela de tempo para validação da hipótese central da startup. É variável porque sempre surgem gastos adicionais não planejados, perda de cliente com receita concentrada e churn rate elevado (produto ainda em validação).
Portanto, planejar os desembolsos não é simples e a recomendação é ter controle dos números, manter um processo financeiro enxuto, trabalhar com cenários, inclusive pessimistas, e ter clareza de onde quer chegar com seu negócio.
2. Quanto vai custar o produto que irá validar uma determinada hipótese?
As decisões de investimento em produto devem estar alinhadas com a hipótese do momento. Entretanto, as estimativas dependem de variáveis e quesitos que nem sempre o empreendedor domina muito bem como a etapa do produto. Vale ressaltar, que o investimento em um produto que está pronto para escalar chega a ser quase dez vezes maior do que o valor da sua primeira “versão de garagem”.
Sendo assim, a orientação é validar com outros empreendedores mais experientes o consumo de recursos, tempo necessário e demais premissas. E mais: fazer cotações com outros players do mercado para estimar o custo de desenvolvimento da sua solução e, por fim, conversar com empresas que sejam comparáveis e façam algo semelhante.
3. Qual a melhor forma de financiar a minha startup?
O Venture Capital oferece elementos valiosos para startups, que vão além do aporte financeiro como conhecimento, sinalização, networking e processos. Mesmo assim, esta não é a única forma de financiar seu negócio. Existem outras maneiras, como por exemplo:
- Explorar novas formas de receita e novos produtos;
- Cobrar por setup e implementação;
- Vender serviços de consultoria;
- Cobrar por customizações;
- Vender cursos e treinamentos;
Vale ressaltar, que há muitos casos onde a estratégia de prestação de serviços é tão bem executada pela startup que acaba gerando recursos equivalentes aos valores que poderia conquistar em uma rodada seed.
Finance Hacking da Triven
A Triven apoia os empreendedores nas tomadas de decisões com base no mindset do Finance Hacking, trazendo à tona todas as discussões apresentadas acima. E, mais do que isso, trazendo controles, informações gerenciais e provocações para maximizar os recursos em caixa.
Existe o pensamento de que com o dinheiro do investidor tudo muda e que os trade-offs deixam de existir. É nesse momento que o empreendedor toma as decisões equivocadas, pois supostamente entende-se que as barreiras foram eliminadas.
Para evitar esse cenário, durante o processo de gestão financeira muitas iniciativas podem ser discutidas e provocadas para que se mantenha o modelo de Finance Hacking sempre ativo. O próprio modelo CFO as a Service da Triven é uma das mais eficientes iniciativas de Finance Hacking.
Além da redução de custo, a curva de aprendizado do Startup-Driven é muito mais rápida do que a de um CFO de mercado, uma vez que seu modelo de negócio já traz consigo uma metodologia padrão e melhores práticas adquiridas com mais de 70 clientes em seis anos. A solução também ajuda a resolver três grandes dores dos founders como a falta de tempo, visibilidade das informações financeiras e segurança na gestão.
Veja outras iniciativas:
- Acúmulo de funções ou tempo focado do founder;
- Dedicação para core da startup ou fundraising;
- Remuneração dos founders;
- Remuneração fixa ou partnership;
- Novas fontes de receita;
- Revisão de custos;
- Calculadora de pricing;
- Uso ferramentas gratuitas;
- Ativo intangível;
- Planejamento tributário.
Conclusão
O empreendedorismo real vai muito além daquele que é idealizado nas apresentações porque envolve todos os dilemas que acontecem no dia a dia, nas relações com a equipe e com os clientes e também no dinheiro disponível em caixa. Tomar as decisões certas e no tempo certo é fundamental para o sucesso do seu negócio, e adotar o mindset do Finance Hacking é uma das medidas imprescindíveis para ter um bom controle financeiro da sua startup.
Para saber mais sobre como a Startup-Driven pode apoiar suas operações e as suas decisões, entre em contato.
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