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Healthtechs brasileiras captaram 344,3 milhões de dólares em investimentos em 2021, o que representa um aumento de 329% em relação a 2020. 

O número de empresas de tecnologia para a saúde no país subiu de 542 em 2020 para 1.158 no ano passado. 

As healthtechs movimentaram aproximadamente R$ 1,8 bilhão em 2021

As healthtechs são empresas – em muitos casos startups – que resolvem problemas da área da Saúde com o auxílio da tecnologia. O termo vem de health + technology (saúde + tecnologia em inglês).

Essas soluções inovadoras atendem diversas áreas: desde a gestão de dados de clínicas, prontuários e hospitais; até agendamento de consultas, análise inteligente, telemedicina, marketplace, wearables e robótica.

O modelo de negócios das healthtechs em geral tem características próprias, com responsabilidades éticas e legais diferenciadas e relacionadas aos órgãos fiscalizadores da área da saúde.

Mercado de healthtechs no Brasil

Antes mesmo da pandemia, o mercado de healthtechs já seguia uma tendência (recente) de crescimento no Brasil.  Em 2020, o Healthtech Report apontava que metade das healthtechs brasileiras tinham menos de 5 anos, e destacava a saúde como como terceiro setor com maior número de startups no país. 

Com a Covid-19, o segmento da saúde passou por uma intensa transformação. O uso de novas tecnologias, sobretudo de soluções para atendimento remoto, tornou-se uma parte cada vez mais fundamental da rotina de profissionais e instituições de saúde. 

Durante a pandemia, o número de healthtechs no país dobrou, passando de 542 em 2020 para 1.158 no em 2021, segundo um levantamento da Sling Hub.

Além do crescimento no número de empresas, o setor de tecnologia para a saúde também é diversificado em relação aos modelos de negócio dos empreendimentos. Entre as principais áreas de atuação das healthtechs estão: 

  • IA e big data: utilizam inteligência artificial e dados para prevenir doenças e prever evolução de quadros;
    Exemplos de players: GlucoGear, NeuralMed, Sweetch, Wecancer
  • Acesso à informação: disponibilizam dados e informações sobre saúde pública, medicamentos, prevenção de doenças, iniciativas fitness e de bem-estar, alimentação, exercício, planos de saúde.
    Exemplos de players: ePHealth, Dev4us, Triágil
  • Farmacêutica e diagnóstico: trabalham com medicina diagnóstica e indicações farmacêuticas. Entre as possibilidades de atuação dessas healthtechs estão: e-commerce de remédios, vitaminas e suplementos; pesquisa farmacêutica e sequenciamento de genes; tecnologia para exames de diagnóstico e clínicos
    Exemplos de players: Health ID LAB, Safepill
  • Gestão: oferecem plataformas de gestão  para clínicas, hospitais, laboratórios e outras empresas da área da saúde. Entre os recursos oferecidos por essas healthtechs, estão: prontuário eletrônico, histórico médico, gestão hospitalar (fluxos, agendamentos, retornos, histórico, fluxo de caixa), entre outros.
    Exemplos de players: Intuitive Care, Upflux
  • Marketplace: criam plataformas para agregar profissionais e/ou serviços de saúde, aumentando a capilaridade do mercado e facilitando o acesso de quem busca por atendimento. Entre os modelos de negócio deste tipo de healthtech, estão: marketplaces de vacinação, de consultórios médicos, de descontos em clínicas populares, entre outros.
    Exemplos de players: Vida V, Vacinas.net, Vidia
  • Medical devices: desenvolvem aparelhos e dispositivos utilizados por profissionais da saúde para diagnóstico, prevenção, monitoramento e tratamento de doenças. (Isso inclui peças 3D para próteses e implantes).
    Exemplos de players: brain4care, Celer Biotecnologia
  • Telemedicina: oportunizam os serviços de atendimento, consulta, diagnóstico à distância diretamente ao paciente, consulta com outros profissionais da saúde para tirar dúvidas, retransmissão de imagens para diagnóstico e laudo remoto, telemonitoramento para acompanhar pacientes à distância.
    Exemplos de players: Docway, Portal Telemedicina, i9access, Conexa Saúde
  • Wearables e IOT: desenvolvem tecnologias que podem ser “vestidas”: como pulseiras e relógios inteligentes, monitores, medidores de glicemia, entre outros, com foco em atividade física, sono e bem-estar.
    Exemplos de players:  Philo Care, neuroUP, health.D 
  • Relacionamento com pacientes: oferecem atendimento via sms, chatbot, plataformas de comunicação médico-pacientes.
    Exemplos de players: DrChat, Glic, Vittude

Desafios das healthtechs

Apesar do cenário de expansão do setor de tecnologia para a saúde, founders e gestores de healthtechs precisam lidar com os desafios do crescimento do negócio – tanto em relação às necessidades específicas do segmento, quanto às dores comuns aos gestores de startups.  Veja os principais desafios: 

Captação de investimentos

Assim como qualquer startup, as healthtechs têm a necessidade de atrair os investidores e aportes necessários para o seu crescimento.  De acordo com o mapeamento mensal Inside Venture Capital Report, as startups da área da saúde captaram R$ 56,8 milhões em investimentos em janeiro de 2022. 

A captação de recursos e investimentos para healthtechs teve um significativo crescimento no contexto da pandemia. Por isso,  é interessante ficar de olho nos editais de fomento e investimento no setor da saúde, que podem oferecer oportunidades relevantes para as healthtechs.  Podemos citar, por exemplo, os editais da Fapesp de suporte à pesquisa para o combate ao coronavírus.

Adequação às exigências legais

O mercado de healthtechs deve cumprir com exigências éticas e legais no tratamento de dados de pacientes. 

  • É preciso prestar atenção às recomendações da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa, do Conselho Nacional da Saúde, da Anvisa e vários outros órgãos regulatórios.
  • Os princípios da Bioética devem ser observados para não gerar programas que reforcem preconceitos ou façam escolhas que cabem aos médicos e profissionais.
  • O tratamento de dados é um dos grandes desafios das healthtechs. O direito à privacidade deve ser observado, afinal, os dados de saúde de um paciente são sensíveis e pessoais. Por isso, as healthtechs precisam investir fortemente em tecnologia para segurança de dados, seguindo à risca a LGPD – Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais.

Necessidade de uma gestão estruturada

As startups do setor da saúde necessitam de uma gestão preparada para enfrentar o período de inserção no mercado e as etapas de crescimento do negócio. Ou seja, para alcançar bons resultados com uma healthtech, é preciso organizar a gestão para que o produto seja escalável e tenha tempo para amadurecer. 

A Triven oferece o serviço de consultoria Decision-Driven, focado em apoiar o empreendedor na tomada de decisão, identificando  pontos de melhoria no planejamento estratégico e no modelo de negócio das startups.

O nosso time tem experiência em gestão contábil e financeira de startups e ajuda os founders a encontrarem maneiras de se organizarem para melhorar o retorno financeiro de seus produtos, diminuir custos com gestão financeira, controlar fluxos de caixa e ter uma maior previsibilidade financeira.

Crédito da imagem: Woman photo created by rawpixel.com – www.freepik.com

Fernando Trota

Fernando é cofundador e CEO da Triven. É responsável pelas iniciativas de CFO as a Service, Advisory e People as a Service integrando gestão financeira, melhores práticas e gestão com foco em startups.