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O número de fintechs no Brasil cresceu mais de 600% nos últimos cinco anos e o país tem mais de 1.500 fintechs em atividade.

Com US$ 3,7 bilhões captados no ano, as fintechs foram o setor com maior volume de investimento entre as startups brasileiras em 2021.

Presentes cada vez mais na rotina dos brasileiros e capazes de atrair investimentos robustos, as fintechs seguem como um dos setores mais promissores do mercado de startups.  

O crescimento dessas soluções financeiras inovadoras tem sido influenciado pela adoção de novos recursos e sistemas. Vale lembrar que em 2021 o mercado financeiro passou por marcos importantes do ponto de vista regulatório e de popularização de tecnologias:

  • O Pix se consolidou como uma das principais ferramentas de pagamentos instantâneos; 
  • O Open Banking foi lançado no país e vem sendo implementado pelas instituições financeiras; 
  • O ecossistema de criptomoedas teve um avanço no país.

Todos esses fatores mostram que ainda há espaço para o crescimento das fintechs no Brasil, uma vez que o mercado financeiro segue abrindo possibilidades para empresas que querem inovar e oferecer novas soluções ao consumidor. 

No entanto, para garantir seu espaço no mercado, as empresas de tecnologia financeira  – especialmente as mais novas – precisam adaptar-se às necessidades dos consumidores, diversificar suas soluções, além, é claro, de otimizar sua gestão. 

Confira neste texto mais informações sobre o mercado, conheça os maiores players e veja os principais desafios da gestão de fintechs

Financial + technology: o que é uma fintech?

As fintechs são empresas, geralmente startups, que oferecem soluções financeiras apoiadas na tecnologia para facilitar o dia a dia dos seus usuários e desburocratizar operações financeiras.

Os grandes atrativos das fintechs são as taxas menores ou inexistentes em comparação com os bancos e instituições tradicionais. Além disso, a agilidade dos processos, o bom atendimento e a possibilidade de resolver problemas online dão aos clientes a facilidade e a eficiência que procuram em suas transações financeiras.

No Brasil, uma das fintechs pioneiras e de mais destaque no mercado é o Nubank.  Com a oferta de cartão de crédito sem anuidade e gerenciado por aplicativo, burocracia reduzida e experiência personalizada para o consumidor, a empresa entrou na vida dos brasileiros em 2013, batendo de frente com as instituições financeiras do país. Hoje,  o Nubank tem um valor de mercado de cerca de U$$37,4 bilhões e é uma das maiores fintechs do mundo. 

Depois da implementação do Pix pelo Banco Central em novembro de 2020, o ecossistema de startups teve a confirmação de que as soluções financeiras tecnológicas têm boa aderência no mercado brasileiro.

Afinal, no seu primeiro ano (completado em novembro de 2021) o Pix engajou 117 milhões de usuários com mais de 9,5 bilhões de transações. 

Isso demonstra que as transações financeiras digitais já não são mais o futuro: são realidade. 

Esse cenário abre possibilidades não apenas para o crescimento do número de fintechs no país, mas também para as áreas em que essas empresas podem atuar. 

Áreas de atuação das fintechs

São várias as áreas de atuação das empresas de tecnologia financeira: empréstimos, investimentos, financiamentos, criptomoedas, crédito, crowdfunding, cashback, entre outras. Confira as principais: 

  • Fintechs de pagamento

Como o próprio nome diz, são aquelas focadas em facilitar o pagamento para os seus clientes. Elas geralmente oferecem também cartões pré-pagos, maquininhas e o seu forte é a segurança e agilidade das operações de pagamento. 

Entre as maiores podemos citar PagSeguro, EBANX, PicPay, Mercado Pago, SumUp, entre outras.

  • Fintechs de crédito ou empréstimo

Esse tipo de fintech oferece crédito e empréstimo a pessoas físicas e jurídicas, desburocratizando processos que são bastante lentos nos bancos tradicionais. Há várias modalidades de crédito: para empresas, compra de veículos, imóveis, empréstimo pessoal, entre outras. 

Entre as mais conhecidas do setor estão a Nexoos, Creditas, entre outras que operam quase como bancos tradicionais: NuBank, Neon, Inter, C6, Next.

  • Fintechs de crowdfunding

São plataformas que promovem o investimento coletivo em um projeto, têm bastante aderência em projetos culturais e causas sociais.

Grandes nomes entre as fintechs de crowdfunding: Vakinha, Kickante, Catarse, etc.

  • Fintechs de Bitcoins e criptomoedas

Existem diversas fintechs para operar no mercado de compra e venda de criptomoedas e também para realizar transações com criptomoedas como forma de pagamento. São mais de 600 tipos de moedas, sendo o bitcoin a mais utilizada. 

Entre as startups mais conhecidas no Brasil estão: BitCoinGotYou, CoinBR.net, FoxBit, Mercado Bitcoin e Pague Com Bitcon.

  • Fintechs de controle financeiro

As fintechs de controle financeiro ajudam empresas e pessoas físicas a fazerem a gestão das contas, oferecendo soluções de planejamento financeiro e identificação de melhorias no cotidiano das finanças. Também entram nessa categoria empresas especializadas na gestão de folhas de pagamento, faturamento, contabilidade.

Algumas das fintechs de controle financeiro mais conhecidas: Conta Azul, Contabilizei, Contabilone, Contas Online, GuiaBolso, Izio, Organizze, Planejei, Qipu, Quanto Gastei, Quanto Sobra, Vai Sobrar!.

  • Fintechs de investimento

São aquelas que ajudam a encontrar as melhores oportunidades para investir dinheiro por meio de análises e plataformas de investimento com Home Broker. 

Quem são: Warren, Magnetis, Modal Mais, Toro Investimentos, entre outras. 

Gestão de fintechs: principais desafios

Independentemente da área de atuação, as fintechs precisam lidar com desafios comuns a startups e demais empresas do ecossistema de inovação.  A estruturação do modelo de negócio exige que a empresa leve em consideração alguns fatores essenciais para o funcionamento da fintech. Veja alguns dos principais desafios: 

Regulação do Banco Central

Banco Central regulamentou as atividades das fintechs em 2018 e as empresas de tecnologia financeira precisam solicitar autorização de funcionamento. É importante que a gestão da fintech atenda ao que o Conselho Monetário Nacional (CMN) determinou por meio das resoluções 4.6564.657

Segurança de dados

A implementação da LGDP (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais) em 2020 trouxe um desafio para o tratamento de dados pessoais por parte das empresas. 

A lei determina que a captação de dados sensíveis seja feita de forma segura, com um tempo de armazenagem mínimo e que o cliente pode solicitar a exclusão de seus dados do sistema por ter seu direito à privacidade garantido.

No caso das fintechs, é fundamental o investimento em tecnologia e segurança de dados para que a empresa possa lidar da melhor forma possível com as informações altamente sensíveis dos seus clientes. 

Gestão financeira de fintechs

Ter uma gestão financeira eficiente é um desafio importante para o crescimento de um negócio. Por isso, uma fintech – mais do que qualquer outra startup – deve ter uma equipe especializada para fazer sua gestão financeira e contábil desde o princípio. Afinal, em casa de ferreiro, o espeto, definitivamente, não pode ser de pau.

Terceirizar essa gestão – tanto de forma operacional quanto financeira – ou contratar uma consultoria pode ser uma alternativa para as fintechs. Uma parceria especializada contribui para que a empresa tenha a contabilidade sempre em dia, o que contribui para a maturidade do negócio e para a captação de investimentos. 

Soluções como as oferecidas pela Triven auxiliam a organizar a gestão financeira e fazer o planejamento da sua startup, com base na análise de dados seja em que fase de maturidade estiver! 

Confira  também: 

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Gestão de startups: as maiores dores enfrentadas pelos founders

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Crédito da imagem: Money photo created by rawpixel.com – www.freepik.com

Fernando Trota

Fernando é cofundador e CEO da Triven. É responsável pelas iniciativas de CFO as a Service, Advisory e People as a Service integrando gestão financeira, melhores práticas e gestão com foco em startups.